A grande diversidade de espécies de répteis brasileiros, os diversos papéis desenvolvidos por eles nas cadeias tróficas e o fato de sua grande maioria ser especialista em habitats são as grandes motivações para a realização de estudos de sanidade em répteis. Graças a essas características, estes animais se tornam mais sensíveis às mudanças naturais e àquelas causadas pelo homem, logo consideramos que a sua conservação é essencial para a manutenção do equilíbrio ambiental.

 

O projeto objetiva analisar a condição sanitária de répteis provenientes de vida livre e de cativeiro do estado de Minas Gerais, caracterizando a ocorrência e distribuição de agentes potencialmente patogênicos, bem como os fatores determinantes (ecológicos, antrópicos, biológicos) para sua ocorrência. Dentre as características a serem avaliadas estão os parâmetros hematológicos, infecções bacterianas, como as causadas pelos gêneros Mycoplasma, Salmonella e Leptospira; infecções virais como as causadas por Herpesvirus; e infecções fúngicas,como a aspergilose.

 

A partir do conhecimento da participação de répteis na cadeia epidemiológica desses e outros agentes é possível extrapolar sua importância para a saúde pública, bem como para a preservação da classe em suas diversas espécies, sobretudo aquelas em algum grau de ameaça de extinção. Assim, a epidemiologia constitui-se de uma importante ferramenta para a conservação de répteis, permitindo a criação de programas sanitários que visem a manutenção destas espécies ex situ e in situ, a partir do estabelecimento de ações preventivas e de controle, associadas às principais características das regiões de ocorrência destes animais.